Bula do Medicamento - Farmacologia do Remédio
É importante que continue o seu plano alimentar e de exercício físico como indicado pelo seu médico, farmacêutico ou enfermeiro.
A diabetes tipo 2 é uma doença em que o seu corpo não produz insulina suficiente, e a insulina que o seu corpo produz não diminui o seu nível de açúcar no sangue como devia. Em algumas situações, o seu corpo pode produzir demasiado açúcar. Se o seu nível de açúcar no sangue aumenta e se mantém acima do normal por longos períodos de tempo, esta situação poderá levar a efeitos prejudiciais, tais como problemas do coração, doença nos rins, problemas nos olhos e má circulação nos seus membros.
Estes são os motivos devido aos quais é importante manter os seus níveis de açúcar no sangue dentro do intervalo de valores normais.
Rybelsus contém a substância ativa semaglutido. É um medicamento utilizado para baixar os níveis de açúcar no sangue.
Tome este medicamento exatamente como indicado pelo seu médico. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver dúvidas.
O seu médico irá receitar-lhe a dosagem mais adequada para si. Não altere a dose a menos que o seu médico lhe diga para o fazer. Não é recomendado tomar dois comprimidos de 7 mg para obter o efeito de um comprimido de 14 mg, uma vez que esta situação não foi estudada.
Não pare de tomar este medicamento sem falar com o seu médico. Se parar de tomar este medicamento, os seus níveis de açúcar no sangue podem aumentar.
Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu médico, farmacêutico ou enfermeiro.
Caso se tenha esquecido de tomar uma dose, não tome a dose que se esqueceu de tomar e tome a sua dose normal no dia seguinte.
Fale com o seu médico, farmacêutico ou enfermeiro antes de tomar Rybelsus.
De modo a melhorar a rastreabilidade de medicamentos biológicos, registe o nome e o número de lote (incluídos na embalagem exterior e nos blisters) do medicamento que está a tomar e dê essa informação quando notificar algum efeito indesejável.
Durante o tratamento com este medicamento, pode sentir-se maldisposto ( náuseas ) ou doente (vómitos), ou ter diarreia . Estes efeitos indesejáveis podem causar desidratação (perda de líquidos). É importante que beba líquidos suficientes para evitar a desidratação. Isto é particularmente importante, se tiver problemas de rins. Fale com o seu médico se tiver dúvidas ou preocupações.
Se sentir uma dor intensa e constante na zona do estômago – fale imediatamente com um médico, uma vez que pode ser um sinal de inflamação do pâncreas ( pancreatite aguda).
Tomar insulina ou um medicamento com uma sulfonilureia juntamente com Rybelsus poderá aumentar o risco de ter um nível baixo de açúcar no sangue (hipoglicemia). Veja a secção 4 para os sinais de aviso de níveis baixos de açúcar no sangue.
O seu médico poderá pedir-lhe para medir os seus níveis de açúcar no sangue. Esta medição ajudará o seu médico a decidir se a dose de sulfonilureia ou de insulina precisa de ser alterada para reduzir o risco de nível baixo de açúcar no sangue.
A rápida melhoria do controlo do açúcar no sangue pode levar a um agravamento temporário da doença do olho provocada pela diabetes. Se tiver doença do olho provocada pela diabetes e tiver problemas nos olhos enquanto estiver a tomar este medicamento, fale com o seu médico.
Se a resposta ao tratamento com semaglutido for inferior ao esperado, isto pode dever-se a absorção baixa, causada pela variabilidade na absorção, e a biodisponibilidade absoluta baixa. Deve seguir as informações na secção 3 sobre como atingir o efeito esperado de semaglutido.
Este medicamento não é recomendado para crianças e adolescentes com menos de 18 anos de idade, uma vez que a segurança e eficácia neste grupo de idades não foram estabelecidas.
Se está grávida ou a amamentar, se pensa estar grávida ou planeia engravidar, consulte o seu médico antes de tomar este medicamento.
Este medicamento não deve ser utilizado durante a gravidez, dado desconhecer-se se pode prejudicar o feto. Por conseguinte, recomenda-se a utilização de contracetivos enquanto tomar este medicamento.
Se pretender ficar grávida, fale com o seu médico sobre como alterar o seu tratamento, uma vez que deverá deixar de tomar este medicamento, pelo menos, com dois meses de antecedência. Se ficar grávida enquanto estiver a tomar este medicamento, fale imediatamente com o seu médico, uma vez que o tratamento terá de ser alterado.
Não utilize este medicamento se estiver a amamentar, dado que se desconhece se o medicamento passa para o leite materno.
Se utilizar este medicamento em associação com uma sulfonilureia ou insulina, o nível de açúcar no sangue pode baixar (hipoglicemia), podendo reduzir a sua capacidade de concentração. Evite conduzir ou utilizar máquinas se sentir sinais de baixo nível de açúcar no sangue.
Este medicamento contém 23 mg de sódio (componente principal do sal de cozinha) em cada comprimido. Isto é equivalente a 1% da ingestão alimentar diária máxima de sódio recomendada para um adulto.
Como todos os medicamentos, este medicamento pode causar efeitos indesejáveis, embora estes não se manifestem em todas as pessoas.
Se tiver quaisquer efeitos indesejáveis, incluindo possíveis efeitos indesejáveis não indicados neste folheto, fale com o seu médico, farmacêutico ou enfermeiro.
Uso oral.
Uso adulto.
3 mg de semaglutido*.
*Análogo do péptido-1 semelhante ao glucagom (GLP–1) humano produzido em células Saccharomyces cerevisiae por tecnologia de ADN recombinante.
7 mg de semaglutido*.
*Análogo do péptido-1 semelhante ao glucagom (GLP–1) humano produzido em células Saccharomyces cerevisiae por tecnologia de ADN recombinante.
14 mg de semaglutido*.
*Análogo do péptido-1 semelhante ao glucagom (GLP–1) humano produzido em células Saccharomyces cerevisiae por tecnologia de ADN recombinante.
Excipiente com efeito conhecido: Cada comprimido, independentemente da dosagem de semaglutido, contém 23 mg de sódio.
Se tomar mais Rybelsus do que devia, fale com o seu médico imediatamente. Pode sentir efeitos indesejáveis, como sentir-se maldisposto (náuseas).
Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar, tiver tomado recentemente, ou se vier a tomar outros medicamentos.
Grupo farmacoterapêutico: Medicamentos usados no tratamento da diabetes, Análogos do péptido-1 semelhante ao glucagom (GLP-1).
Código ATC: A10BJ06.
O Semaglutido é um análogo do GLP-1 com uma sequência de homologia de 94% relativamente ao GLP-1 humano. O Semaglutido atua como agonista dos recetores de GLP-1 que se liga seletivamente e ativa o recetor de GLP-1, o alvo para GLP-1 nativo.
O GLP-1 é uma hormona fisiológica que tem múltiplas ações na regulação do apetite e da glicose, bem como no sistema cardiovascular . Os efeitos no apetite e na glicose são especificamente mediados pelos recetores do GLP-1 no pâncreas e no cérebro.
O Semaglutido reduz a glicose sanguínea de uma forma dependente da glicose, estimulando a secreção da insulina e reduzindo a secreção de glucagom quando a glicose sanguínea está elevada. O mecanismo de redução da glicose sanguínea também envolve um ligeiro atraso do esvaziamento gástrico na fase pós-prandial precoce. Durante a hipoglicemia, o Semaglutido diminui a secreção de insulina e não inviabiliza a secreção de glucagom.
O Semaglutido reduz o peso corporal e a massa de gordura corporal através da diminuição da necessidade de aporte de energia, o que envolve uma redução geral do apetite. Além disso, o Semaglutido reduz a preferência por alimentos ricos em gordura.
Os recetores do GLP-1 são também expressos no coração, na vasculatura, no sistema imunitário e nos rins.
O Semaglutido teve um efeito favorável nos lípidos plasmáticos, diminuiu a pressão arterial sistólica e reduziu a inflamação nos estudos clínicos. Nos estudos em animais, o Semaglutido atenua o desenvolvimento de aterosclerose , prevenindo a progressão de placas na aorta e reduzindo a inflamação das placas.
Todas as avaliações farmacodinâmicas foram realizadas após 12 semanas de tratamento (incluindo gradação de dose) no estado estacionário com 1 mg de Semaglutido uma vez por semana.
O Semaglutido reduz as concentrações de glicose pós-prandial e em jejum. Nos doentes com diabetes tipo 2, o tratamento com 1 mg de Semaglutido resultou na redução da glicose em termos de variação absoluta desde o início do estudo (mmol/l) e redução relativa comparativamente ao placebo (%) para glicose em jejum (1,6 mmol/l; redução de 22%), glicose pós-prandial de 2 horas (4,1 mmol/l; redução de 37%), concentração de glicose média de 24 horas (1,7 mmol/l; redução de 22%) e excursões de glicose pós-prandial em 3 refeições (0,6-1,1 mmol/l) comparativamente ao placebo. O Semaglutido diminuiu a glicose em jejum após a primeira dose.
O Semaglutido melhora a função das células beta. Comparativamente ao placebo, o Semaglutido melhorou a resposta da insulina de primeira e segunda fase com um aumento triplo e duplo, respetivamente, e aumentou a capacidade secretora máxima das células beta em doentes com diabetes tipo 2. Além disso, o tratamento com Semaglutido aumentou as concentrações de insulina em jejum comparativamente ao placebo.
O Semaglutido diminui as concentrações de glucagom pós-prandial e em jejum. Em doentes com diabetes tipo 2, o Semaglutido resultou nas seguintes reduções relativas no glucagom comparativamente ao placebo: glucagom em jejum (8–21%), resposta de glucagom pós-prandial (14– 15%) e concentração de glucagom média de 24 horas (12%).
O Semaglutido diminuiu as elevadas concentrações de glicose sanguínea, estimulando a secreção da insulina e reduzindo a secreção de glucagom de uma forma dependente da glicose. Com o Semaglutido, a taxa de secreção de insulina em doentes com diabetes tipo 2 foi comparável à de indivíduos saudáveis.
Durante a hipoglicemia induzida, o Semaglutido, comparativamente ao placebo, não alterou as respostas reguladoras do marcador quanto ao aumento de glucagom e não inviabilizou a diminuição de péptido-C em doentes com diabetes tipo 2.
O Semaglutido causou um ligeiro atraso do esvaziamento gástrico pós-prandial precoce, reduzindo, assim, a taxa em que a glicose aparece na circulação no período pós-prandial.
O Semaglutido, comparativamente ao placebo, diminuiu o aporte de energia de 3 refeições ad libitum consecutivas em 18-35%. Este efeito deveu-se a uma supressão do apetite induzida pelo Semaglutido no estado em jejum, bem como no período pós-prandial, um melhor controlo sobre os alimentos consumidos, menos ânsias alimentares e uma preferência relativamente menor por alimentos ricos em gordura.
O Semaglutido, comparativamente ao placebo, diminuiu as concentrações de colesterol de lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL) e de triglicéridos em jejum em 21% e 12%, respetivamente. A resposta do colesterol VLDL e dos triglicéridos pós-prandial a uma refeição rica em gordura registou uma redução > 40%.
O efeito do Semaglutido na repolarização cardíaca foi testado num ensaio QTc exaustivo. O Semaglutido não prolongou os intervalos QTc a níveis de dose supra-terapêuticos (até 1,5 mg no estado estacionário).
Tanto a melhoria do controlo glicémico como a redução da morbilidade e mortalidade cardiovascular são uma parte integrante do tratamento da diabetes tipo 2.
A eficácia e a segurança deste medicamento 0,5 mg e 1 mg uma vez por semana foram avaliadas em seis ensaios de fase 3a controlados e aleatorizados que incluíram 7215 doentes com diabetes mellitus tipo 2 (4107 tratados com Semaglutido). Cinco ensaios (SUSTAIN 1–5) tiveram como objetivo principal a avaliação da eficácia glicémica, enquanto um ensaio (SUSTAIN 6) centrou-se sobretudo no resultado cardiovascular.
O tratamento com Semaglutido demonstrou reduções sustentadas, estatisticamente superiores e clinicamente significativas na HbA1c e no peso corporal durante um máximo de 2 anos comparativamente ao placebo e tratamento de controlo ativo (sitagliptina, insulina glargina e exenatido LP).
A eficácia de Semaglutido não foi afetada pela idade, género, raça, etnia, IMC no início do estudo, peso corporal (kg) no início do estudo, duração da diabetes e nível de compromisso da função renal.
Num ensaio controlado com placebo e em dupla ocultação que decorreu ao longo de 30 semanas, 388 doentes inadequadamente controlados com dieta e exercício foram aleatorizados para este medicamento 0,5 mg ou para este medicamento 1 mg uma vez por semana ou placebo.
Quadro 2. SUSTAIN 1: Resultados na semana 30
- | Semaglutido 0,5 mg | Semaglutido 1 mg | Placebo |
População (N) com intenção de tratamento (ITT) | 128 | 130 | 129 |
HbA 1c (%) | |||
Valor inicial (média) | 8,1 | 8,1 | 8,0 |
Variação desde o valor inicial na semana 30 | -1,5 | -1,6 | 0 |
Diferença do placebo [95% IC ] | -1,4 [-1,7, -1,1] a | -1,5 [-1,8, -1,2] a | - |
Doentes (%) que alcançaram HbA1c <7% | 74 | 72 | 25 |
GPJ (mmol/l) | |||
Valor inicial (média) | 9,7 | 9,9 | 9,7 |
Variação desde o valor inicial na semana 30 | -2,5 | -2,3 | -0,6 |
Peso corporal (kg) | |||
Valor inicial (média) | 89,8 | 96,9 | 89,1 |
Variação desde o valor inicial na semana 30 | -3,7 | -4,5 | -1,0 |
]Diferença do placebo [95% IC] | -2,7 [-3,9, -1,6] a | -3,6 [-4,7, -2,4] a | - |
a p <0,0001 (2 lados) para superioridade.
Num ensaio com controlo ativo e em dupla ocultação que decorreu ao longo de 56 semanas, 1231 doentes foram aleatorizados para este medicamento 0,5 mg uma vez por semana, este medicamento 1 mg uma vez por semana ou sitagliptina 100 mg uma vez por dia, todos eles em associação com metformina (94%) e/ou tiazolidinedionas (6%).
Quadro 3. SUSTAIN 2: Resultados na semana 56
- | Semaglutido 0,5 mg | Semaglutido 1 mg | Sitagliptina 100 mg |
População (N) com intenção de tratamento (ITT) | 409 | 409 | 407 |
HbA 1c (%) | |||
Valor inicial (média) | 8,0 | 8,0 | 8,2 |
Variação desde o valor inicial na semana 56 | -1,3 | -1,6 | -0,5 |
Diferença da sitagliptina [95% IC] | -0,8 [-0,9, -0,6] a | -1,1 [-1,2, -0,9] a | - |
Doentes (%) que alcançaram HbA1c <7% | 69 | 78 | 36 |
GPJ (mmol/l) | |||
Valor inicial (média) | 9,3 | 9,3 | 9,6 |
Variação desde o valor inicial na semana 56 | -2,1 | -2,6 | -1,1 |
Peso corporal (kg) | |||
Valor inicial (média) | 89,9 | 89,2 | 89,3 |
Variação desde o valor inicial na semana 56 | -4,3 | -6,1 | -1,9 |
Diferença da sitagliptina [95% IC] | -2,3 [-3,1, -1,6] a | -4,2 [-4,9, -3,5] a | - |
a p <0,0001 (2 lados) para superioridade.
Figura 1. Variação média da HbA1c (%) e peso corporal (kg) desde o início do estudo até à semana 56
Num ensaio aberto de 56 semanas, 813 doentes a receber apenas metformina (49%), metformina com sulfonilureia (45%) ou outro (6%) foram aleatorizados para este medicamento 1 mg ou exenatido LP 2 mg uma vez por semana.
Quadro 4. SUSTAIN 3: Resultados na semana 56
- | Semaglutido 1 mg | Exenatido LP 2 mg |
População (N) com intenção de tratamento (ITT) | 404 | 405 |
HbA 1c (%) | ||
Valor inicial (média) | 8,4 | 8,3 |
Variação desde o valor inicial na semana 56 | -1,5 | -0,9 |
Diferença do exenatido [95% IC] | -0,6 [-0,8, -0,4] a | - |
Doentes (%) que alcançaram HbA1c <7% | 67 | 40 |
GPJ (mmol/l) | ||
Valor inicial (média) | 10,6 | 10,4 |
Variação desde o valor inicial na semana 56 | -2,8 | -2,0 |
Peso corporal (kg) | ||
Valor inicial (média) | 96,2 | 95,4 |
Variação desde o valor inicial na semana 56 | -5,6 | -1,9 |
Diferença do exenatido [95% IC] | -3,8 [-4,6, -3,0] a | - |
a p <0,0001 (2 lados) para superioridade.
Num ensaio comparador aberto de 30 semanas, 1089 doentes foram aleatorizados para este medicamento 0,5 mg uma vez por semana, este medicamento 1 mg uma vez por semana ou insulina glargina uma vez por dia, tendo como tratamento base a metformina (48%) ou a metformina e sulfonilureia (51%).
Quadro 5. SUSTAIN 4: Resultados na semana 30
- | Semaglutido 0,5 mg | Semaglutido mg | Insulina glargina |
População (N) com intenção de tratamento (ITT) | 362 | 360 | 360 |
HbA1c (%) | |||
Valor inicial (média) | 8,1 | 8,2 | 8,1 |
Variação desde o valor inicial na semana 30 | -1,2 | -1,6 | -0,8 |
Diferença da insulina glargina [95% IC] | -0,4 [-0,5, -0,2]a | -0,8 [-1,0, -0,7]a | - |
Doentes (%) que alcançaram HbA1c <7% | 57 | 73 | 38 |
GPJ (mmol/l) | |||
Valor inicial (média) | 9,6 | 9,9 | 9,7 |
Variação desde o valor inicial na semana 30 | -2,0 | -2,7 | -2,1 |
Peso corporal (kg) | |||
Valor inicial (média) | 93,7 | 94,0 | 92,6 |
Variação desde o valor inicial na semana 30 | -3,5 | -5,2 | +1,2 |
Diferença da insulina glargina [95% IC] | -4,6 [-5,3, -4,0]a | -6,34 [-7,0, -5,7]a | - |
a p <0,0001 (2 lados) para superioridade.
Num ensaio controlado com placebo e em dupla ocultação que decorreu ao longo de 30 semanas, 397 doentes inadequadamente controlados com insulina basal, com ou sem metformina, foram aleatorizados para este medicamento 0,5 mg uma vez por semana, este medicamento 1 mg uma vez por semana ou placebo.
Quadro 6. SUSTAIN 5: Resultados na semana 30
- | Semaglutido 0,5 mg | Semaglutido 1 mg | Placebo |
População (N) com intenção de tratamento (ITT) | 132 | 131 | 133 |
HbA1c (%) | |||
Valor inicial (média) | 8,4 | 8,3 | 8,4 |
Variação desde o valor inicial na semana 30 | -1,4 | -1,8 | -0,1 |
Diferença do placebo [95% IC] | -1,4 [-1,6, -1,1]a | -1,8 [-2,0, -1,5]a | - |
Doentes (%) que alcançaram HbA1c <7% | 61 | 79 | 11 |
GPJ (mmol/l) | |||
Valor inicial (média) | 8,9 | 8,5 | 8,6 |
Variação desde o valor inicial na semana 30 | -1,6 | -2,4 | -0,5 |
Peso corporal (kg) | |||
Valor inicial (média) | 92,7 | 92,5 | 89,9 |
Variação desde o valor inicial na semana 30 | -3,7 | -6,4 | -1,4 |
Diferença do placebo [95% IC] | -2,3 [-3,3, -1,3] a | -5,1 [-6,1, -4,0] a | - |
a p <0,0001 (2 lados) para superioridade.
No SUSTAIN 6, 123 doentes receberam monoterapia de sulfonilureia no início do estudo. A HbA1c no início do estudo era de 8,2%, 8,4% e 8,4% para este medicamento 0,5 mg, este medicamento 1 mg e placebo, respetivamente. Na semana 30, a variação na HbA1c era de -1,6%, -1,5% e 0,1% para este medicamento 0,5 mg, este medicamento 1 mg e placebo, respetivamente.
No SUSTAIN 6, 867 doentes receberam insulina de pré- mistura (com ou sem ADO(s)) no início do estudo. A HbA1c no início do estudo era de 8,8%, 8,9% e 8,9% para este medicamento 0,5 mg, este medicamento 1 mg e placebo, respetivamente. Na semana 30, a variação na HbA1c era de -1,3%, -1,8% e -0,4% para este medicamento 0,5 mg, este medicamento 1 mg e placebo, respetivamente.
Num ensaio em dupla ocultação de 104 semanas (SUSTAIN 6), 3297 doentes com diabetes mellitus tipo 2 com elevado risco cardiovascular foram aleatorizados para este medicamento 0,5 mg uma vez por semana, este medicamento 1 mg uma vez por semana ou placebo correspondente, além da terapêutica padrão e a partir daqui foram seguidos durante 2 anos. No total, 98% dos doentes concluiu o ensaio e o estado vital foi conhecido no fim do ensaio para 99,6% dos doentes.
A população do ensaio foi distribuída por idade: 1598 doentes (48,5%) ≥65 anos, 321 (9,7%) ≥75 anos e 20 (0,6%) ≥85 anos. Havia 2358 doentes com compromisso renal normal ou ligeiro, 832 com compromisso renal moderado e 107 com compromisso renal grave ou em estado terminal. Havia 61% homens, com idade média de 65 anos e IMC médio de 33 kg/m2. A duração média da diabetes era de 13,9 anos.
O endpoint primário foi o tempo desde a aleatorização até à primeira ocorrência de um acontecimento cardiovascular adverso grave (MACE): morte cardiovascular, enfarte do miocárdio não fatal ou acidente vascular cerebral não fatal.
O número total de endpoints primários dos componentes MACE foi de 254, incluindo 108 (6,6%) com Semaglutido e 146 (8,9%) com placebo. Ver figura 3 para consultar os resultados dos endpoints cardiovasculares primários e secundários. O tratamento com Semaglutido resultou na redução do risco de 26% no resultado composto primário de morte por causas cardiovasculares, enfarte do miocárdio não fatal ou acidente vascular cerebral não fatal. Os números totais de mortes cardiovasculares, enfartes do miocárdio não fatais e acidentes vasculares cerebrais não fatais foram de 90, 111 e 71, respetivamente, incluindo 44 (2,7%), 47 (2,9%) e 27 (1,6%), respetivamente, com Semaglutido (figura 3). A redução do risco no resultado composto primário foi sobretudo originada pela diminuição das taxas de acidente vascular cerebral não fatal (39%) e enfarte do miocárdio não fatal (26%) (figura 2).
Figura 2. Gráfico de Kaplan Meier referente ao tempo decorrido até à primeira ocorrência do resultado composto: morte cardiovascular, enfarte do miocárdio não fatal ou acidente vascular cerebral não fatal (SUSTAIN 6)
Figura 3. Gráfico de Forest: análise do tempo decorrido até à primeira ocorrência do resultado composto, seus componentes e morte por todas as causas (SUSTAIN 6)
Ocorreram 158 acontecimentos de de nefropatia de novo ou agravada. O hazard ratio [95% IC] para o tempo até à nefropatia (novo início de macroalbuminúria persistente, duplicação persistente de creatinina sérica, necessidade de terapêutica de substituição renal contínua e morte devido a doença renal) foi de 0,64 [0,46; 0,88] derivado do novo início de macroalbuminúria persistente.
Após um ano de tratamento, foi alcançada uma perda de peso ≥5% e ≥10% para mais indivíduos a tomar este medicamento 0,5 mg (46% e 13%) e 1 mg (52 – 62% e 21 – 24%) comparativamente aos comparadores ativos sitagliptina (18% e 3%) e exenatido LP (17% e 4%).
No estudo SUSTAIN 6 foi observada uma redução significativa e sustentada do peso corporal desde o início do estudo até à semana 104 com este medicamento 0,5 mg e 1 mg vs. placebo 0,5 mg e 1 mg, além da terapêutica padrão (-3,6 kg e -4,9 kg vs. -0,7 kg e -0,5 kg, respetivamente).
Foram observadas reduções significativas na pressão arterial sistólica média quando Semaglutido 0,5 mg (3,5-5,1 mmHg) e 1 mg (5,4–7,3 mmHg) foram utilizados em associação com medicamentos antidiabéticos orais ou insulina basal. Quanto à pressão arterial diastólica, não se verificaram diferenças significativas entre o Semaglutido e os comparadores.
A Agência Europeia de Medicamentos diferiu a obrigação de apresentação dos resultados dos estudos com Semaglutido em um ou mais subgrupos da população pediátrica em diabetes tipo 2.
Em comparação com o GLP-1 nativo, o Semaglutido tem uma semivida prolongada de aproximadamente 1 semana, tornando-o adequado para a administração uma vez por semana por via subcutânea. O principal mecanismo de prorrogação é a ligação à albumina, o que resulta na diminuição da depuração renal e proteção contra a degradação metabólica. Além disso, o Semaglutido está estabilizado em relação à degradação pela enzima DPP-4.
A concentração máxima foi alcançada 1 a 3 dias após a dose. A exposição no estado estacionário foi alcançada após 4–5 semanas da administração uma vez por semana. Nos doentes com diabetes tipo 2, as concentrações médias no estado estacionário após a administração subcutânea de 0,5 mg e 1 mg de Semaglutido foram de aproximadamente 16 nmol/l e 30 nmol/l, respetivamente. A exposição de Semaglutido aumentou de forma proporcional à dose para as doses de 0,5 mg e 1 mg. Foi alcançada uma exposição semelhante com a administração subcutânea de Semaglutido no abdómen, na coxa ou no braço. A biodisponibilidade absoluta do Semaglutido subcutâneo era de 89%.
O volume médio da distribuição de Semaglutido após a administração subcutânea em doentes com diabetes tipo 2 foi de aproximadamente 12,5 l. O Semaglutido estava extensamente ligado à albumina plasmática (>99%).
Antes da excreção, o Semaglutido é extensamente metabolizado através da clivagem proteolítica da cadeia principal do péptido e beta-oxidação sequencial da cadeia lateral de ácidos gordos. Prevê-se que a enzima endopeptidase neutra (NEP) esteja envolvida no metabolismo do Semaglutido.
Num estudo com uma única dose subcutânea de Semaglutido marcada radioativamente, verificou-se que as principais vias de excreção de material relacionado com Semaglutido foram a urina e as fezes; aproximadamente 2/3 do material relacionado com Semaglutido foi excretada na urina e aproximadamente 1/3 nas fezes. Aproximadamente 3% da dose foi excretada com o Semaglutido intacta através da urina. Em doentes com diabetes tipo 2, a depuração do Semaglutido foi de aproximadamente 0,05 l/h. Com uma semivida de eliminação de aproximadamente 1 semana, o Semaglutido estará presente na circulação durante cerca de 5 semanas após a última dose.
A idade não teve qualquer efeito na farmacocinética do Semaglutido com base nos dados dos estudos de fase 3a, incluindo doentes de 20–86 anos de idade.
O género, a raça (Branca, Negra ou Afro-Americana, Asiática) e a etnia (Hispânica ou Latina, não Hispânica ou não Latina) não tiveram qualquer efeito na farmacocinética do Semaglutido.
O peso corporal teve efeito na exposição do Semaglutido. Um peso corporal mais elevado resulta numa exposição mais baixa; uma diferença de 20% no peso corporal entre indivíduos irá resultar numa diferença aproximada de 16% na exposição. As doses de 0,5 mg e 1 mg de Semaglutido proporcionam uma exposição sistémica adequada num intervalo de peso corporal de 40–198 kg.
O compromisso renal não afetou a farmacocinética do Semaglutido de forma clinicamente relevante. - Esta situação foi verificada com uma dose única de 0,5 mg de Semaglutido para doentes com diferentes graus de compromisso renal (ligeiro, moderado, grave ou doentes em diálise) comparativamente aos indivíduos com função renal normal. A mesma situação foi também verificada para indivíduos com diabetes tipo 2 e com compromisso renal com base nos dados dos estudos de fase 3a, embora a experiência em doentes com doença renal terminal tenha sido limitada.
O compromisso hepático não teve qualquer impacto sobre a exposição do Semaglutido. A farmacocinética do Semaglutido foi avaliada em doentes com diferentes graus de compromisso hepático (ligeiro, moderado, grave) comparativamente aos indivíduos com função hepática normal num estudo com uma dose única de 0,5 mg de Semaglutido.
O Semaglutido não foi estudada em doentes pediátricos.
Os dados pré-clínicos não revelam riscos especiais para o ser humano, segundo estudos convencionais de farmacologia de segurança, toxicidade de dose repetida ou genotoxicidade.
Os tumores não mortais das células C da tiroide observados em roedores são um efeito de classe para os agonistas dos recetores de GLP-1. Em estudos de carcinogenicidade de 2 anos em ratos e ratinhos, o Semaglutido causou tumores das células C da tiroide em exposições clinicamente relevantes. Não foram observados quaisquer outros tumores relacionados com o tratamento. Os tumores das células C do roedor são causados por um mecanismo mediado pelo recetor de GLP-1 específico e não genotóxico ao qual os roedores são particularmente sensíveis. A importância para o ser humano é considerada baixa, mas não pode ser completamente excluída.
Em estudos de fertilidade em ratos, o Semaglutido não afetou o acasalamento nem a fertilidade masculina. Nos ratos fêmea, observou-se um aumento do ciclo estral e uma pequena redução nos corpos amarelos (ovulações) em doses associadas à perda de peso corporal materno.
Em estudos de desenvolvimento do feto/embrião em ratos, o Semaglutido causou uma embriotoxicidade inferior às exposições clinicamente relevantes. O Semaglutido causou reduções acentuadas no peso corporal materno e reduções na sobrevivência e crescimento embrionário. Nos fetos, foram observadas importantes malformações esqueléticas e viscerais, incluindo efeitos nos ossos longos, costelas, vértebras, cauda, vasos sanguíneos e ventrículos cerebrais. As avaliações mecanicistas indicaram que a embriotoxicidade envolveu um compromisso mediado pelo recetor de GLP-1 do fornecimento de nutrientes para o embrião através do saco vitelino do rato. Devido às diferenças de espécie no que toca à anatomia e função do saco vitelino e devido à falta de expressão do recetor de GLP-1 no saco vitelino dos primatas não humanos, considera-se improvável que este mecanismo seja relevante para o ser humano. Contudo, um efeito direto do Semaglutido sobre o feto não pode ser excluído.
Em estudos de toxicidade no desenvolvimento em coelhos e macacos cinomolgos, observou-se um aumento da perda de gravidez e um ligeiro aumento da incidência de malformações fetais em exposições clinicamente relevantes. Os dados coincidiram com a perda acentuada de peso corporal materno até 16%. Não se sabe se estes efeitos estão relacionados com a diminuição do consumo de alimento materno como efeito direto do GLP-1.
O crescimento e desenvolvimento pós-natal foram avaliados em macacos cinomolgos. Os bebés eram ligeiramente mais pequenos no parto, mas recuperaram durante o período de aleitamento.
Em ratos jovens, o Semaglutido causou um atraso na maturação sexual, tanto nos machos como nas fêmeas. Estes atrasos não tiveram impacto na fertilidade e capacidade reprodutiva de ambos os sexos nem na capacidade das fêmeas de manter a gravidez.
Conservar na embalagem de origem para proteger da luz e da umidade.
Não utilize este medicamento após o prazo de validade impresso no blister e na embalagem exterior após ‘VAL’. O prazo de validade corresponde ao último dia do mês indicado.
Este medicamento não necessita de qualquer temperatura especial de conservação.
Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
São brancos a amarelo-claros e têm forma oval (7,5 mm x 13,5 mm). Apresentam a gravação “3” numa das faces e “novo” na face oposta.
São brancos a amarelo-claros e têm forma oval (7,5 mm x 13,5 mm). Apresentam a gravação “7” numa das faces e “novo” na face oposta.
São brancos a amarelo-claros e têm forma oval (7,5 mm x 13,5 mm). Apresentam a gravação “14” numa das faces e “novo” na face oposta.
Manter este medicamento fora da vista e do alcance das crianças.
Leia com atenção todo este folheto antes de começar a tomar este medicamento, pois contém informação importante para si.
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