Bula do Medicamento - Farmacologia do Remédio
É indicado para a prevenção e tratamento de todas as formas de tuberculose causadas por bactérias sensíveis.
O medicamento é contraindicado para pacientes que possuam hipersensibilidade a Isoniazida e que apresentem discrasias sanguíneas, enfermidades do sistema nervoso central (como epilepsia , esquizofrenia ) e insuficiência hepática ou renal severas.
O produto deve ser ingerido com o estômago vazio pela manhã, em jejum ou 2 horas após as refeições, com algum líquido, sem mastigar. Em caso de grande desconforto digestivo, ingerir o medicamento junto de uma refeição leve.
A administração de Isoniazida não deve ser interrompida nem se deve alterar a dose e o intervalo da administração sem orientação médica. É muito importante respeitar os horários de tomada deste medicamento.
É aconselhável observar o Manual de Recomendações para Controle da Tuberculose no Brasil, 2011, do Ministério da Saúde e o Guia de Vigilância em Saúde, volume único, 1ª edição, 2014 do Ministério da Saúde.
Na maioria das formas de tuberculose indica-se a dose de 10mg/Kg de peso corporal durante seis meses com dose máxima de 400mg/dia. No caso de crianças, a dose máxima é de 10 mg/kg/dia.
Em quaisquer indicações citadas, recomenda-se a associação com rifampicina e pirazinamida durante os primeiros 2 meses e com rifampicina nos 4 meses subsequentes. Em muitas formas de tuberculose prolonga-se o tratamento por mais 6 meses, mantendo a Isoniazida como monoterapia.
Deve-se suspender a administração do medicamento ao primeiro sinal de hipersensibilidade ou piora da função hepática e renal.
A alergia à Isoniazida pode provocar febre , várias erupções cutâneas (saída de líquido da pele), hepatite e exantemas. Podem ocorrer reações hematológicas (agranulocitose, eosinofilia, trombocitopenia , anemia ), inflamação nos nervos e atrofia ocular. Uso cauteloso em pacientes que têm porfiria ou hepatopatia (monitorizar funções do fígado ). Em alguns pacientes pode ocorrer hiperbilirrubinemia por competição. A elevação das bilirrubinas ou transaminases como dado isolado, não impõe a interrupção no emprego do medicamento. Indica-se avaliação clínica e laboratorial evolutiva para melhor decisão.
Evitar uso concomitante de salicilatos e laxantes contendo magnésio.
As bebidas alcoólicas aumentam a incidência de hepatite medicamentosa nos pacientes que bebem diariamente. Orientar o paciente para evitar o uso de bebidas alcoólicas durante o tratamento.
Deve-se considerar a possibilidade de aumento na frequência de convulsões em epiléticos.
Considerar também insuficiência renal, condições de acetilação lenta (aumenta o risco de efeitos adversos), antecedentes de psicose , e gravidez e lactação.
A Isoniazida provoca o aparecimento de tumores em camundongos.
São recomendados exames oftalmológicos periódicos durante o tratamento com a Isoniazida, mesmo que não ocorram sintomas.
É recomendada a administração de piridoxina em indivíduos que têm propensão a desenvolver neuropatia periférica secundária ao uso de Isoniazida.
Em pacientes com comprometimento renal não é necessário reduzir as doses, mas em caso de real necessidade, pode-se empregá-la sob supervisão médica.
Como não existem estudos que comprovem a segurança da utilização de Isoniazida durante a gravidez, este medicamento não deve ser usado, a menos que, a critério médico, os benefícios esperados para a mãe sejam superiores aos possíveis riscos para o feto, apesar disso ressalta-se que a tuberculose não tratada é mais perigosa para a grávida e o feto do que o tratamento da doença. A Isoniazida passa para o leite materno e, portanto, é preciso avaliar a relação risco/benefício.
Caso seja administrado, existe um risco teórico de neuropatia e convulsões. Recomenda-se uso preventivo de piridoxina para a mãe e o bebê. Deve-se monitorar o lactente para identificar possível toxicidade.
Categoria de risco na gravidez: categoria C.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.
Pacientes idosos, diabéticos, alcoólatras e desnutridos podem apresentar polineuropatia periférica, neste caso o médico deve orientar o uso preventivo de piridoxina, que pode evitá-la.
O uso deve ser cauteloso em pacientes com problemas no fígado e rins, pois apresentam maiores riscos de efeitos tóxicos e o tratamento somente deve ser empregado em casos de real necessidade e sob supervisão médica.
As reações mais graves são neuropatia periférica e hepatite, especialmente em pessoas com mais de 35 anos. A neuropatia, em geral reversível, é mais comum em desnutridos, alcoólatras ou hepatopatas.
A hepatite, efeito adverso mais importante, é mais frequente em idosos e alcoólatras e pode ser fatal. Outras manifestações são náuseas, vômitos , dor no estômago e reações de hipersensibilidade que incluem febre, linfadenopatia, erupção cutânea e vasculite, eritema multiforme, púrpura e agranulocitose. Ademais foram relatados, neurite óptica, convulsões, episódios psicóticos, síndrome semelhante a doença lúpus eritematoso sistêmico , pelagra, hiperglicemia e ginecomastia além de acidose metabólica, síndrome reumatoide e retenção urinária.
Entre mais de 2000 pacientes estudados, a incidência de reações adversas à Isoniazida foi estimada em 5,4%. As reações comuns e proeminentes foram: exantema (2%) e febre (1,2%). As reações incomuns foram: icterícia (0,6%) e neurite periférica. Entretanto, a não administração concomitante de piridoxina eleva os casos de neurite periférica para reação comum (2%) em pacientes que receberam 5 mg/kg/dia do fármaco e para doses mais altas, a neurite periférica passa a ser uma reação muito comum em 10-20% dos pacientes.
A lesão hepática é rara em pacientes com menos de 20 anos e incomum (0,3%) para indivíduos na faixa etária de 20-34 anos, com aumento da incidência para 1,2 – 2,3% em pessoas de 35-49 anos e de mais de 50 anos, respectivamente. De forma muito rara (menor ou igual a 0,01%) pode ocorrer: neurite óptica, ataxia, distúrbios mentais, descoordenação motora, sintomas artríticos, contrações musculares, tontura , parestesias, torpor, encefalopatia tóxica, convulsões, náuseas, vômitos e dor epigástrica.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal e entre em contato com o setor de Farmacovigilância.
O consumo diário de bebidas alcoólicas aumenta o risco de efeito tóxico do medicamento no fígado.
A Isoniazida interfere na determinação da glicosúria e dos níveis de bilirrubinas e transaminases.
Pode haver aumento transitório dos níveis de transaminases no sangue de alguns doentes, mas geralmente voltam ao normal, sem necessidade de interromper o tratamento.
Evite comer alimentos ricos em tiramina e histamina (alguns queijos, vinho, salame, soja, suplementos em pó contendo proteínas , carne de sol), pois interagem com a Isoniazida. A absorção da Isoniazida é diminuída quando tomada junto com alimentos, este medicamento deve ser ingerido 1 hora antes ou 2 horas após as refeições.
A Isoniazida é um derivado sintético do ácido isonicotínico. Age inibindo a síntese do ácido micólico, um componente importante da parede de micobactérias, não atuando contra outros tipos de bactérias. É considerada um fármaco primário, sendo utilizada no tratamento de todas as formas de tuberculose causadas por cepas de Mycobacterium tuberculosis sensíveis à isonizada. Tem ação bactericida extracelular.
É rápida e completamente absorvida no sistema digestivo, após ser adminsitrada por via oral e parenteral. Proporciona picos sanguíneos dentro de 1 a 2 horas e que diminuem em mais de 50% dentro de 6 horas. A taxa e o montante da absorção diminuem com os alimentos.
Possui ampla distribuição nos diversos tecidos e fluidos corporais incluindo o líquido cefalorraquidiano, quando apresenta níveis equivalentes a 20% dos níveis no sangue, mas que se elevam quando existe inflamação das meninges, podendo se igualarem à concentração sérica. Difunde-se também no líquido pleural, tecidos,órgãos e excreções (saliva e fezes).
Atravesssa a barreira placentária e é secretada no leite.
A biotransformação é hepática, por acetilação.Doença hepática pode prolongar o clearance da isonizida. Em seres humanos há heterogeneidade genética quanto à velocidade de acetilação da Isoniazida, isto é, existem indivíduos que são acetiladores rápidos e outros lentos, sendo estes os que tendem a apresentar manifestações de hepatotoxicidade.
Sua meia-vida fica em torno de uma hora em indivíduos acetiladores rápidos e de três a cinco horas nos lentos, elevando-se ainda mais na presença de hepatopatias. Os acetiladores rápidos metabolizam a Isoniazida cerca de 5 a 6 vezes mais rápido que os acetiladores lentos. O grau de acetilação não altera significativamente a eficácia da Isoniazida.
No entanto, a acetilação lenta pode levar a níveis mais elevados de Isoniazida e provocar aumento das reações tóxicas. A duração da ação é prolongada e assim os níveis da concentração sangüínea necessários para que ocorra ação contra as micobactérias são muito baixos. Permite o uso de dose única diária ou em dias alternados. A absorção e biodisponibilidade oral são diminuídas com a presença de alimentos.
Cerca de 50 a 70% de uma dose de Isoniazida é excretada como droga inalterada e metabólitos pelos rins em 24 horas. A excreção independe da função renal.