Bula do Medicamento - Farmacologia do Remédio
Este medicamento é indicado no tratamento de vulvovaginites e colpites causadas por Candida, tricomonas e/ou bactérias ou quando não houve condições para identificar o agente etiológico. É indicado também na pós-cauterização do colo uterino, na prevenção de infecções acelerando, deste modo, o processo de cicatrização.
Este medicamento é indicado no tratamento de vulvovaginites e colpites causadas principalmente por Candida e tricomonas, e, na pós cauterização do colo uterino.
Este medicamento é contraindicado na eventualidade de reação de sensibilidade a qualquer dos componentes da formulação.
Seu uso também é contraindicado na gravidez, lactação, crianças menores de 11 anos.
A relação risco-benefício deve ser avaliada na presença de diabete insípida, disfunção hepática e disfunção renal.
Um aplicador cheio (4g) de cloridrato de tetraciclina + anfotericina B creme vaginal, durante 7 a 10 dias.
Em casos mais graves, quantidades maiores (2 aplicadores cheios) são necessários, variando o tempo de utilização de acordo com a resposta clínica.
As aplicações não deverão ser interrompidas durante o período menstrual.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses, e a duração do tratamento.
Não interromper o tratamento sem o conhecimento do seu médico.
Informar ao médico se está amamentando.
O produto deve ser utilizado apenas para uso externo e deve ser mantido longe do alcance dos olhos, nariz e boca.
Como qualquer preparação de uso intravaginal, este medicamento poderá produzir prurido e ardor em pacientes hipersensíveis aos componentes do produto.
A administração tópica resulta em níveis séricos baixos, portanto, é muito improvável que efeitos colaterais sistêmicos ocorram.
Informe seu médico o aparecimento de reações desagradáveis.
Como ocorre com qualquer outro produto para aplicação vaginal, este medicamento poderá eventualmente produzir sensação de ardor ou prurido em pacientes hipersensíveis. Se isto ocorrer, o tratamento poderá ser interrompido se a sintomatologia persistir ou agravar.
A segurança para uso durante a gravidez não foi estabelecida.
Informe seu médico a ocorrência de gravidez na vigência do tratamento ou após o seu término.
Drogas contendo tetraciclina demonstraram ter efeitos adversos nos dentes e ossos durante o desenvolvimento do feto, recém-nascidos, bebês e crianças pequenas.
A segurança para o uso em crianças com menos de 11 anos de idade ainda não foi estabelecida.
Não foram descritos cuidados especiais em pacientes idosos quando do uso deste produto.
Cloridrato de tetraciclina | 25,0 mg |
Anfotericina B | 12,5 mg |
Excipiente* | 1,0 g |
*Petrolato branco, propilenoglicol, metilparabeno, propilparabeno, metabissulfito de sódio, cera auto emulsionante não iônica, sorbitol , ácido cítrico, hidróxido de sódio, simeticona , água purificada.
Creme vaginal. Embalagens contendo bisnagas de 45 g ou 60 g.
Uso adulto.
Uso intravaginal.
O uso deste medicamento, segundo as orientações descritas no item Posologia, não apresenta riscos de superdosagem.
Até o momento não foram constatadas interações medicamentosas e/ou alimentares com o uso de cloridrato de tetraciclina + anfotericina B creme vaginal.
Não existem na literatura, dados sobre a alteração em exames laboratoriais mediante o uso de cloridrato de tetraciclina + anfotericina B creme vaginal.
Informe seu médico sobre qualquer medicamento que esteja usando, antes do início ou durante o tratamento.
Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico, pode ser perigoso para a saúde.
Patrono et al. avaliaram 35 mulheres com corrimento vaginal, sendo que 24 receberam a associação anfotericina B e tetraciclina sob a forma de creme vaginal durante 7 a 10 dias com uma aplicação diária e 11 pacientes foram tratados por 7 dias com 2 aplicações diárias. Foram avaliados os resultados clínicos, microbiológicos e a aceitabilidade da paciente em relação ao tratamento. A maioria dos casos apresentou infecção mista por C. albicans e outros agentes (por exemplo: Enterococus, Haemophylus vaginalis, Stafilococos aureus ).
No primeiro grupo, 87,5% das pacientes apresentaram cura clínica e bacteriológica após o primeiro ciclo de tratamento e 12,5% após o segundo ciclo. No segundo grupo, 81,8% apresentaram cura clínica e bacteriológica após o primeiro ciclo de tratamento e 18,2% após o segundo ciclo.
Outro estudo foi realizado por Moreto et Villani em 28 pacientes com candidíase e 32 pacientes com tricomoníase , três casos eram de associação Candida e Trichomonas . Oito pacientes tinham infecção mista por Candida, Trichomonas e outras bactérias. As pacientes utilizaram a associação anfotericina B e tetraciclina duas vezes ao dia, por um período de 10 a 20 dias.
No grupo de 28 pacientes com vaginite por Candida , 61% curaram após o primeiro ciclo e 11% após o segundo ciclo (total de 72%) e 10% melhoraram os sintomas. No grupo de 32 pacientes com vaginite por Trichomonas , 63% curaram após o primeiro ciclo e 6% após o segundo ciclo (total 69%) e 15,5% apresentaram melhora nos sintomas. Em apenas um caso no grupo de vaginites por Trichomonas houve necessidade de suspender o tratamento por intolerância local devido a prurido e leve edema vaginal. Nos outros casos, a tolerabilidade foi excelente não ocorrendo nenhum evento adverso, nem local nem geral. Dos três casos de infecção vaginal associada ( Candida e Trichomonas ), dois curaram após um ciclo de tratamento e o terceiro, após um ciclo de 15 dias de tratamento, houve cura da tricomoníase e melhora da candidíase.
Brenciaglia et al. avaliaram a utilização de anfotericina B e tetraciclina em vaginites causadas por Mycoplasma e em estudo comparativo com partricine, nifuratel e clotrimazol . Cultura de secreção vaginal foi realizada em 400 mulheres com prurido vaginal e leucorreia. A positividade para Mycoplasma foi de 44,5%. O desaparecimento dos sintomas coincidiu com a negativação das culturas para Mycoplasma após administração de anfotericina B e tetraciclina. No outro braço, a terapia comparativa mostrou-se totalmente ineficaz.
Rubin et al. desenvolveram um estudo com pacientes apresentando leucorreia. Estas pacientes foram divididas em dois grupos: 54 pacientes receberam anfotericina B e tetraciclina por 7 dias e outro grupo, de 39 pacientes, recebeu o mesmo esquema terapêutico por quatro dias.
No grupo 1 (54 pacientes), 68% apresentaram cura e 32% permaneceram com sintomas leves ou residuais ou leucorreia residual leve. No grupo 2 (39 pacientes), 86% apresentaram cura, concluindo que tetraciclina e anfotericina B foram efetivas no tratamento de leucorreia devido ao ampliado espectro etiológico, com nenhum registro de evento adverso.
Baiocchi estudou a utilização da associação anfotericina B e tetraciclina nos casos de colpites e cervicites. Baseado em estudos anteriores, quando Baiocchi e Salles avaliaram e comprovaram a eficácia terapêutica da associação anfotericina B com tetraciclina em colpites causadas por H.vaginalis e Baiocchi avaliou outras 71 pacientes e evidenciou remoção precoce da sintomatologia e reepitelização mais rápida das lesões em 69,6% dos casos, Baiocchi propôs observar uma casuística mais numerosa em relação à negativação dos sintomas e sinais clássicos, bem como a mais rápida reepitelização, através da associação tetraciclina e anfotericina B.
Um total de 160 pacientes portadoras de cervicites crônicas e/ou ectopias foram submetidas ao tratamento indutor endocervical (cautério-frio) seguido de utilização no pós-cautério frio imediato de um creme vaginal à base da associação de tetraciclina e anfotericina B. Em 152 pacientes (95%) o resultado foi considerado bom, com reepitelização mais rápida das lesões e remoção da sintomatologia precocemente: 33% das pacientes apresentaram resposta muito rápida (inferior a 15 dias), 62% das pacientes resposta rápida (entre 15 a 30 dias) e 5% resposta lenta.
Os resultados satisfatórios obtidos com o uso da associação tetraciclina e anfotericina B no pós-cautério relacionaram-se à remoção das queixas em 95% dos casos e aceleração do processo de reepitelização, concluído em até 30 dias ao invés de em até 90 dias como ocorre geralmente sem o uso associado de fármacos.
Referências Bibliográficas
1. D.Patrono, B. Antonini, A. Santoro, M.Ceccarini. Importanza delle infezioni delle prime vie genitali femminili nella patologia ostetricia e ginecologica. L’associazone tetraciclina-amphotetericin B in nueva formulazione, nella terapia topica vaginale Min.Gin., 33, 31-48,1981.
2. L. Villani, E. Moneta. Terapia delle infezioni vaginali polimicrobiche con un prodotto di associazione tetraciclina-amphotericin B. Min. Gin., 880-886.
3. M.I. Brenciaglia, M.Ilari, G.Lorino, R.Luciano, C.Mancini, R.Spitali. Rapporti tra micoplasma e vaginiti. Studio clinico sperimentale su 400 casi di affezioni vaginali trattate con l’associazione amfotericina B e tetraciclina. Min. Gin.,32, 223-227, 1980.
4. Rubin, M.Whitcomb. Moira Russell, N.D. Amod. Tetracycline and amphotericin B vaginal cream for mixed vaginal infections. SA Medical Journal, volume 63, 395-397, 1983.
5. O. Baiocchi, A.A. Salles. As colpites por Haemophilus vaginalis. Jorn. Bras. Ginec. vol. 73, 3, 147- 160, 1972.
6. O. Baiocchi. Avaliação do emprego de uma associação de tetraciclina + anfotericina B no pós-cautério em pacientes portadoras de ectopias e sintomatologia atribuídas às chamadas cervicites crônicas. Jorn. Bras. Ginec., vol. 78, nº 6, 1974.
7. O. Baiocchi. A cura das ectopias e cervicites crônicas pelo método indutor da prosoplasia escamosa e o aceleramento da reepitelização no período pós-cautério pelo emprego de uma associação de tetraciclina + anfotericina B. Rev. Bras. Clin. Terap., vol. XII, nº 11/12, 1983.
As vulvovaginites e colpites mais comuns são causadas por Trichomonas vaginalis e por Candida albicans . A candidíase genital ocorre com maior frequência após terapêutica antibiótica ou corticoterapia. Sua ocorrência tem sido relatada com crescente frequência em mulheres submetidas a tratamento oral com agentes específicos contra Trichomonas e durante o uso de anticoncepcionais orais. Outros fatores que aumentam a suscetibilidade à candidíase vaginal são diabetes mellitus , perturbações endócrinas, distúrbios nutritivos e debilidade.
A anfotericina B, um dos componentes ativos do medicamento, possui atividade efetiva contra Candida albicans e tem sido amplamente usada sob a forma tópica no tratamento da candidíase genital. A anfotericina B possui também ação profilática, agindo contra a excessiva proliferação de Candida , causada pela alteração da flora vaginal pela tetraciclina. A tricomoníase geralmente se apresenta associada a outras infecções bacterianas e micóticas e raramente se encontra isolada.
A anfotericina B é ativa contra numerosos blastomicetes (leveduras) humanos e animais. Não é eficaz contra bactérias, ricketsia, vírus e dermatófitas. A ação da anfotericina B é fungistática ou fungicida, dependendo da concentração. Não se relatou resistência primária à anfotericina B desde o seu isolamento, em 1956.
Apesar do amplo uso da anfotericina B no tratamento de infecções fúngicas, não foram observadas cepas resistentes. In vitro , as cepas resistentes de Candida , com resistência cruzada à nistatina , foram cultivadas sob condições extremas. Até o momento, não foi relatado desenvolvimento de resistência de Candida , sob condições clínicas, em relação à anfotericina B.
A anfotericina B provavelmente se liga a esteroides da membrana celular do fungo, levando a uma alteração da permeabilidade celular e à perda de íons de potássio e de outras moléculas.
As tricomoníases raramente são infecções simples. Encontram-se frequentemente associadas com infecções bacterianas mistas. Trichomonas e bactérias vivem em perfeita simbiose. Algumas pacientes, portadoras de Trichomonas, apresentam exacerbação da sintomatologia depois que esta associação simbiótica se manifesta. A utilização do glicogênio das paredes vaginais pelas Trichomonas e a consequente elevação do pH vaginal estimulam a invasão bacteriana.
A ação principal da tetraciclina, o outro componente ativo do medicamento, é eliminar as bactérias que favorecem a proliferação das Trichomonas , rompendo o ciclo simbiótico. A tetraciclina é ativa contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, micoplasma, clamídia , ricketsia e também contra Trichomonas em simbiose com bactérias. Está demonstrada a resistência cruzada entre a tetraciclina e seus vários derivados. O desenvolvimento de resistência por patógenos à tetraciclina durante a terapia ocorre apenas muito lentamente, se ocorrer de forma completa.
Ao que parece, a ação das substâncias ativas desse produto possui efeito local, uma vez que elas não são absorvidas através da pele em quantidade suficiente para ação sistêmica.
O efeito inibitório da tetraciclina na formação da parede celular e na síntese de RNA é aumentado de forma sinérgica pela anfotericina B.
A tetraciclina + anfotericina B creme vaginal foi muito bem tolerado e raramente tem sido relatadas urticária e irritação local.
Após aplicação vaginal única do medicamento, demonstrou-se que a anfotericina B não foi detectada e somente quantidades muito pequenas de tetraciclina foram detectadas na urina. Nenhuma dessas substâncias foi detectada no sangue.
Não estão disponíveis investigações sobre carcinogenicidade, uma vez que a duração recomendada do tratamento com tetraciclina + anfotericina B é de apenas 10 dias. Portanto, como o medicamento não é destinado para uso por longo prazo, os estudos de carcinogenicidade não são necessários.
Estudos in vitro realizados em células de camundongos com carcinoma, em leucócitos humanos, embrioblastos humanos, bactérias intestinais e in vivo em hamsters, demonstraram efeito mutagênico da tetraciclina. Apesar do vasto uso de tetraciclina + anfotericina B creme vaginal, não foi observada relevância clínica nestes estudos de mutagenicidade.
Não se tem experiência suficiente sobre o uso de tetra- ciclinas durante a gravidez. A tetraciclina pode ser depositada na fase de mineralização dos íons de cálcio nos ossos e dentes. Isto leva a danos nos dentes e diminui o crescimento ósseo. Estudos em animais mostraram indicações de efeitos embriotóxicos/teratogênicos.
A tetraciclina atinge o leite materno. O tratamento de mães durante a lactação pode causar danos graves às crianças (possibilidade de depósitos nos dentes, descoloração dental e distúrbios na flora intestinal), podendo ocorrer também aumento da pressão intracraniana.
Visto que não pode ser detectada a absorção de anfotericina B após aplicação vaginal, a ocorrência de toxicidade sistêmica com esta substância é improvável.
Não há informações disponíveis sobre a carcinogenicidade e mutagenicidade da anfotericina B. Estes dados não são necessários visto que, primeiramente, a anfotericina B não é absorvida após administração vaginal e também porque tetraciclina + anfotericina B creme vaginal não está direcionado para tratamentos a longo prazo.
Estudos de toxicidade reprodutiva com a anfotericina B em ratos, camundongos e coelhos não demonstraram indicações de teratogenicidade.
Dependendo da condição da mucosa, a tetraciclina e, improvavelmente, a anfotericina B podem ser absorvidas quando aplicadas na região genital.
Manter a bisnaga tampada à temperatura ambiente (15ºC a 30ºC). Proteger da luz e manter em lugar seco.
O número de lote e a data de validade estão no cartucho do medicamento. Verifique sempre o prazo de validade do medicamento antes de usá-lo. Nunca use medicamentos com o prazo de validade vencido, pois pode ser prejudicial à sua saúde.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Venda sob prescrição médica.
Só pode ser vendido com retenção da receita.
Reg. MS nº 1.0235.0590
Farm. Resp.:
Dr. Ronoel Caza de Dio
CRF-SP nº 19.710
EMS S/A.
Rod. Jornalista F. A. Proença, Km 08
Bairro Chácara Assay
CEP: 13186-901 - Hortolândia/SP
CNPJ: 57.507.378/0003-65
Indústria Brasileira
Lote, Fabricação e Validade: vide cartucho.